segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Breve História dos Quadrinhos

Ao longo do século 19 aconteceu a pré-história dos quadrinhos. Histórias ilustradas, caricaturas e charges começaram a aparecer em jornais e livros. Entre maio de 1895 e maio de 1896, o "Menino Amarelo", criação de Richard Outcault, tornou-se o primeiro personagem a aparecer semanalmente num jornal. A virada do século 19 para o 20 marcou o surgimento de uma leva de artistas e personagens, com destaque para “Os Sobrinhos do Capitão”, de Rudolph Dirks, “Chiquinho” (ou “Buster Brown”, a versão burguesa do pobretão "Menino Amarelo"), de Richard Outcault, e as revolucionárias historinhas de “Little Nemo in Slumberland”, de Winsor McCay.

Mas é nas décadas de 20 e 30 que desponta uma geração de criadores e criatura geniais. Entre eles, Pat Sullivan com o Gato Félix, Hergé com Tintin, Hal Foster com Tarzan e Príncipe Valente, Walt Disney com Mickey Mouse e o Pato Donald, Max Fleischer com Betty Boop, Alex Raymond com Jim das Selvas e Flash Gordon, Al Capp com Ferdinando, Lee Falk com Mandrake e Fantasma, Bob Kane com Batman e Jerry Siegel e Joe Shuster com o Super-Homem. Apesar da crise econômica da Grande Depressão nos Estados Unidos, iniciada no final da década de 20, os anos 30 foram uma época de ouro para os quadrinhos. Além das histórias seriadas nos jornais, eles passaram a ter um veículo exclusivo, os comic books ou gibis, que traziam histórias completas e eram impressos em formato meio tablóide. As historinhas também não se limitavam mais a serem cômicas. Elas passaram a ser também de aventura, fantasia e ficção científica.








A partir daquele momento, os super-heróis e a popularização dos quadrinhos tornaram essa linguagem uma das mais atraentes e importantes para a cultura jovem. Mas, o preconceito contra as historinhas manifestado pela estética tradicional e pelos estudiosos deixou durante muito tempo de reconhecer a complexidade e a riqueza das narrativas que unem imagens e textos nos quadrinhos e o impacto delas na cultura popular e na contestação sócio-política durante o século 20.




Nos anos 30, os quadrinhos ganhavam popularidade no Brasil também. No final da década surgiu no país as revistinhas “Globo Juvenil” e “Gibi”, as primeiras publicações no mesmo formato dos comic books norte-americanos com historinhas completas de personagens como Super-Homem, The Spirit, Tocha Humana e Roy e Bob, entre outros. O sucesso do “Gibi” foi tal que o nome virou sinônimo para todas as revistinhas de histórias em quadrinhos lançadas no país.



A partir do final da Segunda Guerra Mundial com o surgimento da adolescência como um fenômeno cultural mundo afora, os quadrinhos conquistaram cada vez mais espaço na cultura jovem. Exemplo maior desse sucesso foi Charles Schulz, que criou em 1950 "Minduim" (Peanuts). Seus personagens principais são um garoto complexado e perdedor chamado Charlie Brown e um cãozinho beagle curioso e filosófico chamado Snoopy. Os constantes fracassos de Charlie Brown transformaram-se em um consolo para crianças e adolescentes ao redor do planeta, que têm que conviver e enfrentar seus próprios insucessos e vergonhas numa sociedade tão competitiva como a que emergiu a partir dos anos 50.




Desde a década de 40, devido ao sucesso dos gibis do Super-Homem, surgiu também uma legião de super-heróis e super-vilões. A influência da Guerra Fria (conflito político, ideológico e cultural entre os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), nos anos pós-Segunda Guerra, ampliou a população de super-heróis e vilões. Nessa época, um dos artistas que mais se destacou foi Stan Lee ao criar personagens como Homem Aranha, Quarteto Fantástico, Homem de Ferro, Incrível Hulk, Thor, X-Men, Demolidor e o Surfista Prateado.









Dos quadrinhos para o cinema




Desde os primórdios, quadrinhos e cinema estiveram muito próximos, afinal as historinhas impressas são praticamente um roteiro visual cinematográfico (uma story line). Mas a passagem de um universo para outro nem sempre é uma realização fácil ou bem sucedida.
Os super-heróis ganharam super produções que geraram super bilheterias, como as séries do Homem Aranha, do Batman e dos X-Men. Mas, uma das mais inovadoras experiências cinematográficas a partir dos quadrinhos foi o filme “Sin City” (2005), dirigido por Robert Rodrigues com a co-direção de Frank Miller e tendo Quentin Tarantino como diretor convidado.
Criado a partir da obra homônima de Miller, o filme conseguiu ser a mais fiel e inovadora passagem da linguagem dos quadrinhos para a telona. Todos os recursos gráficos usados por Miller são reproduzidos na linguagem cinematográfica, só que de uma forma que potencializa os sentidos expressos nos quadrinhos. A violência e a sensualidade que transbordam no gibi, transbordam também na tela do cinema.
O resultado é um filme que pode ser classificado como um típico clássico do cinema noir com os poderes sobrenaturais permitidos aos personagens dos quadrinhos. A simbiose é tal, que até dá para imaginar se a genialidade de Frank Miller não transformou em quadrinhos primeiro (lançados entre 1991 e 1992) o filme que ele tinha na cabeça.



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